Vereadores mantêm campanha para escolha da presidência para próximo biênio. Pré-candidaturas sinalizam disputa interna no Executivo para formação de chapa para 2024. Maioria nas urnas em Marília, eleitores de Presidente da República não reeleito reivindicam ‘intervenção federal’
Encerradas na noite do último domingo (30) – ao menos após a apuração das urnas em todo o país –, as eleições continuam a repercutir em Marília, sejam as que parecem não ter terminado e as que ainda acontecerão neste ano na cidade.
Das que já foram consolidadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), classificadas como “manchadas” pelo presidente da Câmara Municipal, Marcos Rezende (PSD), na sessão de segunda-feira (31), houve manifestações nesta quarta-feira (2).
Em relação a que definirá a nova chefia do Legislativo local para o biênio 2023-2024, a ‘campanha’ dos pré-candidatos continuam nos bastidores em meio a uma disputa interna no Executivo para escolha da chapa para 2024.
ANÁLISE ISOLADA
Menos de 24 horas após o reconhecimento público dos resultados das urnas pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-RO), o chefe do Legislativo em Marilia manifestou sua própria versão.
Em breve manifestação, ainda no início da sessão, ele afirmou que as eleições “transcorreram manchadas” para a Presidência da República. “Nem sempre aquele que vence leva”, discursou sem comprovar ou, pelo menos, explicar, o que quis dizer.
Ao blog, Rezende afirmou ter se referido a candidatura do presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva (PT). “Não concordo que ele tenha podido concorrer nestas eleições. Foi essa a minha indignação”, justificou.
Aliado do governo federal, Rezende parabenizou a eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo. “O vice dele é nosso”, frisou, referindo-se a Felício Ramuth, seu correligionário.
Além do presidente da casa, apenas Vania Ramos (Republicanos) também mencionou o novo governador que, segundo ela, “ajudará os municípios menores”. No mais, nenhum(a) outro(a) vereador(a) fez qualquer menção sobre as eleições de domingo (30).
DISPUTA PRESIDENCIAL
Enquanto isso, seguem as campanhas e tratativas de bastidores para a escolha dos candidatos para a presidência da Câmara Municipal. Embora todos os vereadores possam concorrer ao cargo, há pelo menos três pré-candidaturas previstas.
Duas delas, aliás, expuseram a interferência direta do Executivo, cuja maioria compõe sua base no Legislativo: a do líder do prefeito Daniel Alonso (PL), Junior Moraes (PL) e a de Luiz Eduardo Nardi (Podemos).
Segundo apurou o blog, Junior Moraes tem apoio do próprio prefeito e do chefe de gabinete, Levi Gomes. Nardi, por sua vez, leva a preferência do assessor especial de governo, Alysson Alex Souza e Silva.
As diferenças de escolha no núcleo duro do governo municipal ao comando do Legislativo ocorrem em meio à definição, ainda em aberto, da chapa a ser indicada por Alonso para as eleições municipais de 2024.
Por ora, o nome do prefeito para sua sucessão é o de seu vice, Cícero do Ceasa (PL), cujo futuro vice seria Junior Moraes (PL). Alyson e Levi, no entanto, ainda esperam ser escolhidos para uma das duas vagas da chapa.
Ao blog, Alyson afirmou “nunca ser contra o desejo do prefeito”, mas não negou o interesse na disputa municipal. Levi afirmou “não ter pretensão”. “Minha colaboração e participação política termina junto com esta administração”, declarou.
Enquanto isso, Junior Moraes e Nardi articulam a viabilidade de suas candidaturas. Apesar do apoio pessoal do prefeito, Moraes afirmou ao blog que as suas chances “são iguais a de outros candidatos”.
“Quem decide, literalmente, é a Câmara”, frisou. “A possível preferência pelo Executivo pelo fato de ser líder (do prefeito) na Câmara pode ajudar, mas as chances iguais para todos (os vereadores)”, disse.
Nardi confirmou ao blog seu interesse pelo retorno a presidência da Câmara pela 3ª vez. Ele chefiou o Legislativo em 1991 e no biênio 2013-2014. Mas, ponderou: “Ninguém é candidato de sua própria vontade”.
“Isso passa por uma série de conversas e por outros candidatos em potencial e também pelo gabinete do prefeito que tem as suas escolhas”, afirmou. “Seja qual for o eleito, que tenha uma relação fraterna com o Executivo”.
Além de Moraes e Nardi, outro potencial candidato é o agente federal Junior Féfin (União Brasil). Ele apresentou sua candidatura tão logo assumiu seu primeiro mandato, em 2021, e foi derrotado por 11 votos a 2.
Além do próprio voto, Féfin recebeu do ex-presidente da casa, Eduardo Nascimento (PSDB). “Se o Fefin for candidato terá meu voto!”, informou o tucano ao blog. Féfin, por sua vez, não havia se manifestado até a publicação deste post.
Além do trio de pré-candidatos, os vereadores Evandro Galete (PSDB) e Rogerinho (PP), atuais primeiro e segundo vice-presidentes, correm por fora por uma oportunidade de disputa pela cadeira da presidência.
“De repente posso ser uma zebra. Estou no time da situação”, afirmou Galete. O vereador assumiu interinamente a chefia da casa nos primeiros quatro meses do ano em virtude do afastamento de Rezende, então infectado pela Covid-19.
Rogerinho afirmou que também “deve entrar na disputa”. “Acho que terá de haver um bom senso por um nome”, considerou. “Há vereadores de diferentes partidos. Por isso uma eleição difícil. Vamos aguardar”.
ATO PRÓ-GOVERNO
Enquanto isso, eleitores marilienses que votaram majoritariamente no presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no domingo (30), voltaram a se manifestar contra a eleição de Lula (PT), agora presencialmente, nesta quarta (2).
A exemplo do que ocorrera em vários pontos do país, centenas de apoiadores se reuniram desde as primeiras horas da manhã na praça pública em frente à sede do Tiro de Guerra (TG), no bairro Castelo Branco, na zona norte.
Entre manifestações de apoio ao presidente e críticas ao comunismo e ao presidente eleito, os manifestantes rezaram e entoaram hinos conduzidos por empresários, pastores e outros que se dispuseram a falar no microfone.
Fixada entre duas árvores, uma faixa estampava o grito dos presentes: “intervenção federal a pedido do povo”, ainda que as eleições tenham sido encerradas sem que se apresentasse qualquer prova de que tenham sido fraudadas.
Embora estivesse acompanhado de perto por viaturas da Polícia Militar (PM), o ato transcorreria de forma pacífica tarde adentro. Na Rodovia do Contorno, o tráfego já fluía sem barreiras em todas as saídas/entradas da cidade.
REQUERIMENTOS APROVADOS NESTA ÚLTIMA SEGUNDA (31)
Confira abaixo quais foram, na ordem de aprovação. Clique no número e confira a que se refere cada um:
1712/2022, de Junior Moraes (PL)
1651/2022, de Danilo da Saúde (PSB) – não votado pela ausência do vereador no plenário
1746/2022, de Eduardo Nascimento (PSDB)
1718/2022, de Elio Ajeka (PP)
1731/2022, de Evandro Galete (PSDB)
1767/2022, de Ivan Negão (PSB)
1748/2022, de Marcos Rezende (PSD)
1777/2022, de Marcos Rezende (PSD)
1779/2022, de Marcos Rezende (PSD)
1742/2022, de agente federal Junior Féfin (União Brasil)
1691/2022, de Rogerinho (PP)
1736/2022, de Professora Daniela (PL)
1730/2022, de Vania Ramos (Republicanos)
1738/2022, de Junior Moraes (PL)
1602/2022, de Danilo da Saúde (PSB)
1765/2022, de Eduardo Nascimento (PSDB)
1772/2022, de Elio Ajeka (PP)
1701/2022, de Evandro Galete (PSDB)
1768/2022, de Ivan Negão (PSB)
1743/2022, de Luiz Eduardo Nardi (Podemos)
1734/2022, de Marcos Custódio (Podemos)
1769/2022, de agente federal Junior Féfin (União Brasil)
1698/2022, de Rogerinho (PP)
1740/2022, de Professora Daniela (PL)
1754/2022, de Vania Ramos (Republicanos)
1741/2022, de Junior Moraes (PL)
1760/2022, de Danilo da Saúde (PSB)
1776/2022, de Eduardo Nascimento (PSDB)
1773/2022, de Elio Ajeka (PP) – retirado da pauta, a pedido do autor
1700/2022, de Evandro Galete (PSDB)
1774/2022, de Ivan Negão (PSB)
1759/2022, de Luiz Eduardo Nardi (Podemos)
1735/2022, de Marcos Custódio (Podemos)
1755/2022, de Rogerinho (PP)
1744/2022, de Professora Daniela (PL) – não votado devido ao fim do tempo regimental
1780/2022, de Vania Ramos (Republicanos) – não votado devido ao fim do tempo regimental
A ORDEM DO DIA DA SESSÃO ORDINÁRIA DESTA SEGUNDA (31)
I – PROCESSOS CONCLUSOS
1 – Primeira discussão do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 2/2022, do vereador Marcos Rezende (PSD), modificando a Lei Orgânica do Município de Marília, incluindo o parágrafo segundo ao artigo 93-A e renumerando o parágrafo único para o parágrafo primeiro. Votação qualificada.
APROVADO em 1ª e 2ª discussões por unanimidade
2 – Primeira discussão do Projeto de Lei Complementar nº 20/2022, do vereador Marcos Rezende (PSD), modificando a Lei Complementar nº 918, de 4 de novembro de 2021, que reestrutura o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Marília (RPPS), o Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm) e dá outras providências. Votação por maioria absoluta.
APROVADO em 1ª e 2ª discussões por unanimidade
A ORDEM DO DIA DA SESSÃO ORDINÁRIA DESTA SEGUNDA (31)
I – PROCESSOS CONCLUSOS
1 – Primeira discussão do Projeto de Lei nº 120/2022, da Prefeitura Municipal, modificando a Lei nº 7705/2014, referente a gratificação paga aos integrantes da Polícia Militar que exercem atividade municipal delegada ao estado de São Paulo por meio de convenio celebrado com o município, alterando o percentual para 130% do valor da UFESP para a hora trabalhada, aplicável ao coronel, tenente-coronel, major, capitão, 1º tenente, 2º tenente, subtenente, 1º sargento, 2º sargento, 3º sargento, cabo e soldado.
APROVADO em 1ª e 2ª discussões por unanimidade
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