ESCOLINHA DE JORNALISMO
- Rodrigo Viudes
- 10 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de jun. de 2024
‘Projeto investigativo’ em Emei conecta nova geração digital à versão impressa e radiofônica da Comunicação Social que ainda resiste em Marília. Sem bacharelado presencial há 13 anos, futuros jornalistas diplomados da cidade precisam recorrer à formação EaD.

Sentado em uma poltrona azul com suas orelhas, mãos e pés inconfundíveis, o coelho leu a notícia: a foto do lobo, ainda disfarçado de vovozinha, estava estampada na capa!
A notícia correu rápido na turma do Infantil II da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) “Balão Mágico”, do bairro Nova Marília, na zona Sul, apesar de dois ‘mistérios’ a serem desvendados.

O primeiro, a manchete ‘O Lobo Voltou’ a professora Érica Silva esclareceu àquelas crianças de quatro e cinco anos, ainda em fase de alfabetização. Quanto ao segundo, o que era aquilo que o lobo segurava em suas mãos?
‘INVESTIGAÇÃO’
O interesse da garotada àquela imagem da capa do livro (Geoffroy de Pennart, tradução de Gilda de Aquino, Ed. Binque-Book, 36 páginas, R$ 59,90, na Cia das Letras) levou a professora e sua turma a um ‘projeto investigativo’.
Tal como no jornalismo que vasculha informações, o termo é utilizado na rede municipal de ensino de Marília a atividades que “possibilitam a mobilização e a organização das crianças em torno de um assunto que desperta curiosidade”.
As perguntas ao desconhecido jornal vieram rápido e organizaram a pauta redigida pela professora: ‘Quem escreve?’, ‘Quem tira (sic) fotos?’, ‘Tem jornal no rádio?’, ‘Como é feito o jornal?’ e ‘Tem jornal para criança?’
REPORTAGEM
A escolinha de jornalismo partiu em busca das informações. Inicialmente, os 23 ‘alunos repórteres’ conheceram os estúdios das rádios Clube AM e Itaipu FM e ‘checaram’ que, sim, há jornal naquelas rádios – o ‘Fala Cidade’, de segunda a sexta, das 7 às 9 horas.

Outras duas questões foram respondidas na própria ‘redação’ na Emei pelo repórter-fotográfico Edio Junior, do Jornal da Manhã e pelo editor desde blog, Rodrigo Viudes, a quem coube ‘revelar’ o papel do jornalista.


A produção de um jornal impresso, da redação à gráfica, foi exibida em vídeo, mas os alunos e seus responsáveis ficaram com uma ‘pergunta-tarefa’ – ‘Tem jornal para criança? – a ser partilhada no deadline do ‘projeto investigativo’.
FORMAÇÃO ONLINE
Na contramão da expectativa de sobrevivência dos jornais impressos, os pequenos alunos da geração digital continuarão a crescer sem a oportunidade de conhecer uma formação acadêmica em Jornalismo.
O único bacharelado presencial em Comunicação Social, com habitação em Jornalismo da história de Marília foi oferecido pela Universidade de Marília (Unimar) entre 1994 e 2011. Ainda há dezenas de opções, mas por Ensino à Distância (EaD).
A cidade que já teve um impresso fundado antes mesmo de sua emancipação, o Correio de Marília (1928-1992), hoje conta com apenas dois diários – ‘Jornal da Manhã’ e ‘O Dia de Marília’ – e um semanal – ‘Jornal da Cidade’.

GRATIDÃO
A última notícia da turma do Infantil II é a da gratidão. A ‘equipe de reportagem’ da Emei ‘Balão Mágico’ retribuiu a visita deste editor com muito carinho impresso. As ‘manchetes’ podem ser conferidas nos desenhos abaixo.
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