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NEGLIGÊNCIA NEGADA

Foto do escritor: Rodrigo ViudesRodrigo Viudes

Atualizado: há 19 minutos

Superintendente da ABHU diz que Josi Dias recebeu “toda assistência”, segundo prontuário médico, antes de morrer na UPA da Zona Norte. Família Faz manifesto pacífico e pede apoio ao Comus



A morte da servidora pública municipal, Josiane Gomes Pelegrin Dias, completa um mês na próxima segunda-feira (10). Ela faleceu aos 41 anos enquanto era atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona norte de Marília.

Josi Dias, como era conhecida, registrou em vídeo a situação em que se encontrava, suja de fezes e vômito, poucas horas antes de ter sido declarada oficialmente morta, segundo certidão de óbito. O caso repercutiu na imprensa.

Em entrevista exclusiva ao blog, a diretora superintendente do Hospital Beneficente Unimar (HBU), Márcia Mesquita Serva Reis, afirmou que “toda assistência foi dada” a Josi Dias. “Não teve negligência nenhuma”, frisou.

A dirigente responde pela Associação Beneficente Hospital Universitário (ABHU), mantenedora do HBU, da UPA da zona norte e ainda do Pronto Atendimento (PA) do bairro Nova Marília, na zona sul.


 

ATENDIMENTO

A superintendente diz ter verificado as informações sobre o atendimento prestado a Josi Dias no prontuário médico. “Ficamos tranquilos porque tudo foi descrito”, disse. “Era uma paciente que já tinha outras passagens pela UPA”, observou.

Segundo Márcia, Josi Dias “chegou desacompanhada e assim permaneceu durante todo o atendimento”. “Não dá para uma pessoa passar mal e ir sozinha. Isso realmente é complicado”, orientou.

O blog apurou, no entanto, que Josi Dias chegou à UPA na companhia da filha de 16 anos, que permaneceu ao seu lado na madrugada de terça (7) para quarta-feira (8). Às 4h51, a menina comunicou um amigo, por WhatsApp: “Minha mãe vai fazer exame de novo”.

A servidora estava sozinha quando gravou os últimos vídeos de sua vida. A superintendente associou a iniciativa de Josi Dias à falta de companhia. “De fato, quando está desacompanhada, a pessoa fica muito fragilizada”, disse.

Nas imagens, a servidora diz ter “chamado alguém por mais de uma hora”, sem que tivesse sido escutada ou atendida. Segundo Márcia, Josi Dias foi assistida. “No intermédio, ela grava esses vídeos”, afirmou.



ISOLAMENTO

A superintendente ponderou, no entanto, que o efetivo da UPA é o necessário para o atendimento de urgência e emergência. “Temos os técnicos suficientes para a sala vermelha, mas eles não conseguem ficar do lado de cada paciente”, explicou.

Márcia confirmou que Josi Dias foi levada para uma sala de isolamento, conforme foi exibido nos vídeos. “Quando a pessoa tem alguma queixa que é sugestiva para uma doença infecciosa, vai para lá”, explicou.


Isolamento e morte: Josi Dias ficou em sala para pacientes com suspeitas de doenças contagiosas
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A superintendente não explicou por qual motivo a presença de Josi Dias seria um risco aos demais pacientes naquela madrugada de 10 de janeiro. “Não posso dar muitos detalhes do caso em vista do que aconteceu”, justificou.

Ela também evitou comentar se foi checada a hipótese de que a servidora tenha sofrido um infarto. Josi Dias chegou à unidade de saúde com sintomas da doença – falta de ar, cansaço e dor no peito. “Eu não sei os detalhes do atendimento”, afirmou Márcia.

 

CORREGEDORIA E MANIFESTAÇÃO

A superintendente afirmou que a ABHU foi notificada pelo município a apresentar um “relatório assistencial do ocorrido”. As informações já teriam sido enviadas à Corregedoria Geral do Município.

O órgão instaurou sindicância para apurar o caso, segundo portaria publicada em 17 de janeiro, no Diário Oficial do Município de Marília (DOMM). O prazo para conclusão é de 60 dias, prorrogável por mais 30.
Manifesto por respostas: família de Josi Dias pediu acompanhamento do Comus em sindicância municipal
Manifesto por respostas: família de Josi Dias pediu acompanhamento do Comus em sindicância municipal

Procurada pelo blog, a secretária municipal de Saúde, Paloma Libânio, afirmou que a pasta também aguarda pelo resultado da sindicância da corregedoria. "Eu não tenho acesso", afirmou.

Enquanto aguarda pelo parecer final, a família de Josi Dias se mobiliza para que o caso não caia no esquecimento. Nesta quarta-feira (5), parentes de Bauru (SP) e Pirajuí (SP) compareceram à reunião do Conselho Municipal de Saúde (Comus).

Todos vestiam camisetas brancas com a foto da servidora. Algumas pessoas traziam cartazes – entre elas, a filha de Josi Dias: “Eu perdi a minha mãe por negligência”, lia-se. A manifestação foi pacífica.

Os familiares foram orientados a protocolar requerimento para que o Comus acompanhe a sindicância municipal. Além dos órgãos públicos municipais, o caso começará a ser investigado pela Polícia Civil. O celular de Josi Dias foi entregue para que seja submetido à perícia.



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